VÍDEO: Catadores de lixo fecham aterro sanitário de Teresina em protesto contra desativação parcial
04/07/2025
(Foto: Reprodução) Os trabalhadores impediram que caminhões despejassem lixo no local e exigiram uma reunião com a Prefeitura. A entrada foi liberada, após acordo com a gestão municipal, por volta das 12h. Catadores de lixo fecham aterro sanitário de Teresina em protesto contra desativação
Catadores de lixo protestaram, na manhã desta sexta-feira (4), contra a desativação parcial do aterro sanitário de Teresina, na Zona Sul da capital, anunciada pela Prefeitura da capital na quinta-feira (3).
Cerca de 70 trabalhadores fecharam o acesso ao aterro, às 6h30, e impediram que caminhões despejassem lixo doméstico e cargas da varrição e capina da cidade. A entrada foi liberada, após acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Pública (Semusp), por volta das 12h.
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Ao g1, a Prefeitura de Teresina informou que o local funcionará até a conclusão da nova licitação da coleta de lixo, que entregará às empresas vencedoras o gerenciamento de dois aterros particulares. O aterro existente será, então, desativado completamente após um período de transição.
Além disso, o lugar em que o lixo é descarregado dentro do aterro existente será cercado e as crianças e adolescentes serão acolhidos por equipes da Secretaria Municipal de Educação (Semec) em um galpão remodelado enquanto os pais trabalham (entenda abaixo).
Catadores de lixo fecham aterro sanitário de Teresina em protesto contra desativação parcial
Eric Souza/g1
Catadores temem ficar sem renda
O representante dos catadores, Wanderson Almeida, disse que o prefeito Silvio Mendes (União Brasil) não procurou a categoria para conversar antes de anunciar a desativação parcial.
"Nem todos que estão aqui recebem benefícios [sociais], todo o nosso sustento nós tiramos daqui. Ele diz que vai desativar sem antes saber da nossa condição, tem que dar condição para a gente trabalhar", comentou.
A principal preocupação dos trabalhadores é de que, com a decisão de não permitir o descarregamento de lixo doméstico, eles deixem de coletar metal, vidro e papelão. Esses materiais recicláveis são vendidos no próprio aterro.
Após o início do protesto, por volta das 10h30, um assessor técnico da Semusp visitou o local e garantiu aos catadores que a Prefeitura de Teresina vai recadastrá-los e mapear os que não recebem benefícios sociais.
Ambas as medidas, segundo a Prefeitura, vão ajudá-los tanto financeiramente quanto socialmente, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semcaspi), até que o aterro seja definitivamente fechado — por não atender aos requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
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Cercamento, 'escola aberta' e cestas básicas
Catadores de lixo fecham aterro sanitário de Teresina em protesto contra desativação parcial
Eric Souza/g1
Em reunião com os vereadores de Teresina, na manhã desta sexta, no Palácio da Cidade, o prefeito Silvio Mendes anunciou que a gestão municipal vai construir uma cerca ao redor da "célula" — o espaço em que os resíduos sólidos são despejados no aterro.
Outra iniciativa da Prefeitura será limpar um galpão antigo, que servia como depósito de pneus, para acolher os filhos dos catadores e catadoras ao menos durante o período de férias escolares.
"As mães que não têm dinheiro para pagar babá e deixar os filhos em casa levam eles pra lá, um lugar completamente inadequado. Vamos colocar um pessoal da Semec em atividade, como se fosse uma escola de fim de semana", declarou o prefeito.
Silvio afirmou ainda que vai avaliar a possibilidade de fornecer cestas básicas para aproximadamente 300 famílias que sobrevivem por meio das atividades relacionadas ao aterro sanitário.
"Praticamente todos os catadores recebem Bolsa Família e estão no CadÚnico, mas vai haver um recadastramento pra que nenhum fique sem ajuda. É uma tentativa de tirar as mães de um lugar tão ruim", completou o gestor.
Menino foi atropelado por trator
David Kauan Silva da Costa, de 12 anos, morreu atropelado por um trator enquanto dormia no aterro sanitário da Vila Dagmar Mazza, na Zona Sul de Teresina, na madrugada de 22 de junho.
A avó dele, Maria Albetiza Silva dos Santos, contou ao g1 que David foi até o local, escondido da família, com o objetivo de juntar dinheiro para comprar uma bicicleta motorizada. Segundo ela, o garoto não viu o trator.
O corpo de David foi velado na Escola Municipal Lyzandro Tito de Oliveira, onde ele estudava, e sepultado em Miguel Alves, a cerca de 110 km da capital.
Menino de 12 anos morre atropelado por trator em aterro de Teresina
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