Estudante piauiense desenvolve aplicativo com IA que detecta Parkinson e recebe prêmio nacional
08/07/2025
(Foto: Reprodução) A tecnologia do aplicativo analisa expressões faciais dos pacientes para ajudar a fazer um diagnóstico precoce da doença. Estudante desenvolve app com IA que detecta Parkinson e recebe prêmio
Reprodução/AI ParkScan
O estudante de Ciência da Computação Caio Burton, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), desenvolveu um aplicativo de celular que ajuda, com o uso da inteligência artificial, a fazer um diagnóstico precoce da doença de Parkinson.
Ele foi um dos vencedores do 22º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica de 2024 (saiba mais abaixo), realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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A tecnologia do aplicativo analisa imagens dos rostos dos pacientes para detectar sinais de hipomimia — a redução das expressões faciais —, um dos sintomas característicos da doença (entenda abaixo).
Segundo Caio, a proposta oferece uma ferramenta acessível para complementar o trabalho de profissionais de saúde e contribuir para diagnósticos mais rápidos e precisos.
Sinais identificáveis
O médico neurologista Kelson James, professor de medicina na UFPI, idealizou o projeto após analisar, ao longo de 15 anos de atendimento a pacientes com Parkinson, as expressões faciais deles.
“Comecei a perceber que, ao olhar para o rosto dos pacientes, conseguia identificar com mais facilidade os sinais da doença. A partir desse insight, decidi aplicar os conhecimentos que vinha adquirindo em inteligência artificial e fui em busca de parcerias na área da computação”, contou Kelson.
Quais são esses sinais?
Rosto “congelado” ou inexpressivo (mesmo diante de emoções);
Movimentação reduzida dos músculos faciais (franzir a testa, sorrir ou levantar as sobrancelhas);
Menor frequência de piscadas;
Fala monótona e sem expressividade;
Linguagem corporal desconectada da expressão facial.
A hipomimia também pode acontecer em situações de depressão profunda, esquizofrenia ou após acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Imagens e otimização
Estudante e professor desenvolvem aplicativo com IA para detectar Parkinson
Arquivo pessoal
Entre os principais desafios, Caio destacou a escassez de imagens disponíveis para treinar os modelos de IA e as dificuldades de otimização para dispositivos móveis.
“Lidar com o número limitado de imagens foi um grande obstáculo. Outro desafio foi adaptar o modelo de rede neural para funcionar com eficiência em celulares, que têm restrições de desempenho”, explicou.
Com a equipe que trabalhou com ele no projeto — formada pelo professor Kelson e o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFPI , professor Rodrigo Veras —, o estudante criou uma Interface de Programação de Aplicações (API) para processar os dados na nuvem e garantir a funcionalidade do aplicativo em aparelhos mais simples.
Premiação do CNPq
O Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica é concedido anualmente, pelo CNPq, a estudantes de graduação bolsistas dessas áreas que se destacam sob os aspectos de “relevância e qualidade do relatório final”.
Os projetos que concorrem à premiação pertencem às Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), de Bolsas de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (Pibic-AF) e Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio (Pibic-EM).
A categoria na qual o aplicativo desenvolvido pela equipe de Caio e Kelson recebeu o prêmio foi a de Bolsista de Iniciação Tecnológica (IT), na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.
A cerimônia vai acontecer durante a 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá entre os dias 13 e 19 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no Recife (PE).
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